"LIDERANÇA E RESPONSABILIDADE
NO JOGO DA VIDA"
Informações pessoais:
Nome: Mauren Gomes Furtado Julião
Data de nasc.: 02/01/1965
Nacionalidade: Brasileira
O esporte sempre foi uma boa metáfora para a vida. O apóstolo Paulo se valeu dela para orientar seu discípulo Timóteo (1 Tm. 4.8; 2 Tm. 2.5) e a Igreja de Corinto (1 Co. 9. 24-27), usando a figura do atleta para enfatizar a necessidade de disciplina na vida cristã.
Em dias de Copa do Mundo, e considerando que o futebol, se não é uma paixão nacional é pelo menos um esporte conhecido pela maioria das pessoas (mesmo quem não gosta acaba conhecendo um pouco, pois sempre há alguém perto que “entende” e gosta de falar do assunto...), atrevo-me – com a licença dos especialistas – a usar este esporte como metáfora neste artigo.
Entre as tantas lições que podemos tirar desta comparação sobre diferentes temas (trabalho em equipe, disciplina, perseverança, etc.), vamos pensar sobre liderança, e isso a partir da figura do técnico (treinador) do time.
O site Equipas apresenta como principais funções do treinador de futebol: delinear as opções táticas e aplicá-las nos treinos, supervisionar o treino físico, liderar relações interpessoais, convocar para os jogos, torneios ou estágios, selecionar a equipe titular (time) e suplentes para cada jogo, supervisionar a equipe durante o jogo, fazendo as substituições de estratégias e de pessoas conforme a necessidade, negociar os contratos com a direção do time e ser o seu porta voz na comunicação social.
Diante das funções, podemos considerar o exercício de liderança do técnico, que tem o desafio de descobrir talentos e potencialidades, fazer funcionar o trabalho em equipe, procurar o bem estar e crescimento de cada pessoa e da equipe como um todo, a fim de alcançar a meta, que é o bom resultado nos jogos. Para isso é preciso conhecer o esporte, ter habilidade relacional e visão estratégica. Em se tratando de lidar com pessoas, não é uma tarefa fácil. Também há que se pensar que muitas vezes, quando a equipe ganha o jogo o técnico não é muito lembrado, mas quando perde...
Em geral, quando se trata de liderança, mesmo fora do futebol, há muitas semelhanças. Fernando Mantovani, diretor da Robert Half – empresa de recrutamento especializado (seleção de pessoas para empresas) que atua em diferentes países – em artigo sobre liderança no mundo corporativo, publicado no site da Exame, considera que na liderança, a pessoa deve se assemelhar mais ao capitão do time:
“... o líder de hoje deve se comportar mais como capitão do que como técnico do time. Ele deve estar ‘dentro de campo’, entender o que acontece no dia a dia e servir de exemplo para os demais integrantes do ‘time”.
Mantovani considera que o(a) líder deve saber fazer o que precisa que as pessoas façam, saber ouvir, dar diretrizes mas deixar as pessoas trabalharem com liberdade, conhece-las individualmente. Pessoalmente considero que essas qualidades deve ter o técnico também, e que a diferença está em que ele não joga com o time, como é o caso do capitão (que não deixa de exercer um tipo de liderança). E este olhar “de fora” do jogo muitas vezes é fundamental, pois quem está jogando pode não ter uma visão mais clara do todo, que é necessária para superar algumas dificuldades e ganhar o jogo."
As comparações parecem óbvias, mas vamos ressaltá-las: liderança não é posição de autoridade simplesmente, mas exige dedicação, conhecimento da equipe em suas individualidades e potencialidades, metas e objetivos claros, capacidade de relacionamento, humildade para ouvir o “time”, reconhecer erros e buscar novas estratégias, determinação, paciência (não é tão fácil fazer pessoas diferentes trabalharem juntas harmonicamente), habilidade para representar e até defender o grupo quando necessário, tendo em vista não somente as metas a atingir, mas também as necessidades individuais.
Se essas habilidades são necessárias no mundo corporativo, quanto mais em relação ao Reino de Deus e à família da fé! Poderíamos seguir com muitas considerações e comparações, relacionando as figuras do técnico e até do capitão com diferentes posições na Igreja, mas dado o espaço, quero apenas salientar que, além dessas habilidades e tarefas, a liderança eficaz é aquela que, além e acima do que já foi descrito, demonstra amor: pelas pessoas individualmente, pela “missão” da equipe, pelo “dono” do time (Deus). E se o amor é a exigência maior, podemos contar com a melhor e mais eficaz ferramenta, que é a oração. Pelo diálogo constante com o Senhor da equipe e da missão, teremos as melhores estratégias para unir dons e talentos, ajudar as pessoas individualmente a crescer no conhecimento e na graça de Cristo e no suprimento de suas necessidades, teremos clareza das metas e das etapas necessárias para alcançá-las. O relato da história de muitas pessoas que Deus levantou no meio de seu povo para liderar – registrado na Bíblia – nos servirá também de inspiração.
Se Deus lhe chamou para a tarefa da liderança, lembre-se que mais que privilégio é responsabilidade e serviço, pois “quem quiser ser o primeiro entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt. 20.27-28).
Mauren Julião
Pastora na Igreja Metodista em Mairinque (Sorocaba/SP)
Fontes:
https://equipas.com/artigo/principais-funcoes-de-um-treinador-de-futebol
https://exame.abril.com.br/blog/sua-carreira-sua-gestao/o-lider-deve-agir-mais-como-capitao-do-que-como-tecnico-do-time/
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